Hoje foi um dia foda. Agora são 11:40 da noite e eu estou na Federal acabando os troços de hoje. Ontem de noite eu recebi a informação de que um tio meu tinha morrido. Sabe aqueles doentes que ficam indo e vindo pro hospital no final? Só esse ano ele tinha ido umas 4 vezes. Aí ontem na Vetta eu vi que meu vô tinha me ligado umas duas vezes. Ele ninca me liga. Logo, merda na família.
Aí eu fui pro velório ontem (o enterro foi hoje umas 11 horas) e fiquei um tempão conversando com a viúva. Ela descrevendo em detalhes como ele sofreu no finalzinho me fez pensar em parar de fumar *rápido*. Morrer de enfisema pulmonar (é tipo uma degradação dos alvéolos pulmonares, o que te deixa na prática com menos área pra abosrver oxigênio) é como morrer afogado.
Depois de uma noite passada no frio dentro d´um carro, Veio o enterro. Aí uma amiga minha me liga prá falar que o pai de um grande amigo meu tinha morrido também. Saí correndo assim que acabou o velório pra casa do meu vô (esse tio era o melhor amigo dele), conversei um pouco com ele e fui pro outro velório. E depois fui na análise discutir sobre a vida e a morte... Putz.
Partes weirds do dia:
1)
Ontem, uma da manhã, minha mãe me pede prá ligar prá uma prima minha e avisar pro pai dela sobre o enterro. Ela me dá o número.
Quando eu ligo, aparece o nome de uma amiga minha como sendo a dona daquele número na memória do meu celular (não, minha mãe nunca viu essa amiga minha e o nome dela é diferente do da minha prima(ela se chama Betânia, e minha prime é a Maria Clara)). Eu nem completo a ligação e falo pra minha mãe que o número tá errado. Ela olha na agenda e confirma que é esse mesmo.
Eu ligo de novo e peço pra falar com a Maria Clara. Uma voz me diz que é ela mesmo.
Eu - E aí Clarinha? Blz?
Ela - Quem fala?
Eu - É o Chico, seu primo.
Ela - E aí, Chico? Tá sumido!
Eu - Pois é. Aqui, Clarinha, vc sabe como eu falo com seu pai?
Ela (seca) - Não.
Eu (estranhando a secura dela; afinal ela e o pai são super chegados) - Ahnn... Tá. Se vc conseguir falar com ele, fala que o Tio Alberto morreu.
Ela - Quem?
Eu - Tio Alberto.. O marido da Tia Tereza.
Ela - Ahn...
Eu - ??
Ela - Então tá. Depois a gente precisa marcar de encontrar.
Eu - Blz. Amanhã a gente encontra no enterro, então...
No dia seguinte chega a minha prima e ou vou conversar com ela. E ela não lembrava da conversa. A gente obviamente, utilizou a navalha de Occan e chegamos a conclusão de que ela tinha sonâmbulismo. Grave. Aí o ceticismo reinou e decidimos conferir o número. E não era o dela.
Alguém entendeu???
O pior foi quando eu cheguei no ICB e encontrei com a minha amiga. Eu fui conversar com ela e descobri que a irmã dela (que se chama Maria Clara) ficou em pânico ontem com um telefonema de um maluco (que se fez passar pelo primo dela, que aliás se chama Chico) que dizia que um tio dela que ela nunca tinha ouvido falar tinha morrido. E ela foi seca porque toda a família sabe que elas são brigadas com o pai.
Agora vem o mistério: *como* a minha mãe tinho o diabo do telefone da irmã da Betânia (e ainda apor cima com o nome certo)??? Minha suspeita é a de que minha mãe deve ter orientado algum trabalho dela (que é formada em Belas-Artes) na UFMG e confundiu as Claras. Ou as gemas. Separar as duas (as claras das gemas) é difícil, e está além das minhas capacidades culinárias (coisa que a Ma já averiguou)
Acho que essa foi talvez a maior coincidênica que eu já vi na minha vida.
2)
Outra coisa não tanto estranha, mas sim tragicômica foi no outro enterro. Eu tava trocando idéia com o meu amigo enquanto o caixão descia (Gabriel, espero que vc não fique chateado d´eu estar falando do enterro aqui) e vi uma plaquinha de pedra no chão.
Eu - Gabriel?
Ele - Que foi?
Eu - Essa plaquinha é pro seu pai?
Ele - Não, é do meu vô...
Eu - Ah...
Ele - Por que?
Eu - É que eu vi a data de nascimento e calculei que seu pai estaria com uns 90 anos...
Ele - Os dois vão ficar na mesma sepultura.
Eu - Gabriel?
Ele (paciência infinita) - Ahn?
Eu (ingenuamente) - E aquela caixinha metálica ali? (ela devia ter ums 60x40x40 cm)
Ele - Aquela?
Eu - Yup.
Ele - É o meu avô...
Eu (calado, roxo de vergonha mas com uma vontade danada de rir do vacilo) - ...
Ele (já rindo de mim) - E olha que ele tinha quase dois metros...
Dia foda.