2/26/2004

Doctor Omni, memes e imortalidade...


Opa! Blog novo na parada! Se vc gosta da idéia de memes, dá uma chegada aqui prá ver como essa ótima sacada do Richard Dawkins gerou muitos bons memes sobre memes na cabeça dos outros. Confuso? Dá uma chegada aqui pra ver como são os "genes das idéias" (gostei disso. Até que podia virar um meme também). Nesse fantástico blog você vai aprender, entre outras coisas, como se tornar imortal, como levitar tomando chocolate, como viver sempre na segunda feira e como fazer peixinhos dourados de ouro puro após perder 32 guerras (se tiver a paciência prá ler os grandes posts do Doctor Omni). Já aviso que a imortalidade pode ser um pouco frustrante...


É... O Dakins tá velho mesmo...

mas essas idéias ele imortalizou como ninguém ;-)


Tirando a parte da imortalidade (se bem que o Melquíades até que tenta...), o resto das idéias eu roubei do fodaço "Cem anos de solidão". Putz, como eu pude demorar tanto tempo prá ler essa parada... Impossível não entrar no clima de realismo meio místico que vem naturalmente durante todo o livro. Fino do fino. Deu até vontade de chamar Buendía.


2/17/2004

Mais um blog

Esse blog é de um grande amigo meu que me aporrinhou muito o saco quando eu fiz o meu blog. Agora ele tem o dele...
Clica aqui prá conferir.

2/16/2004

Ciência inútil

Saca só o que andam fazendo com o seu dinheiro...





Os ´corpos´ são feitos de carbono e hidrogênio e os ´olhos´ são de oxigênio.

As moléculas antropomórficas fazem parte de um programa educacional do Texas. O mesmo grupo produziu um DVD que mistura Rap e ciência. "Se você não cresceu vendo MTV, não vai gostar." disse James Tour, líder da equipe de pesquisa.

Chanteau, S. H. & Tour, J. M. Synthesis of anthropomorphic molecules: The Nanoputians. Journal of Organic Chemistry

Pros programadores

Logo agora que eu já tava achando que eu sabia um pouquinho de programação, eu acho isso aqui prá provar que eu sou um bosta...


Primate Programming Inc: The Evolution of Java and .NET Training

2/12/2004

Esses são pesados mesmo...

Moçada, não pretendo ofender ninguém com os dois cartuns abaixo. Mas eles me fizeram rir como eu não ria há *muito* tempo!
Eles vieram do blog Mau Humor e The Allan Sieber Talk to Himself Show, e lá tem *muito* mais...








2/10/2004

Genial!

Realities of Defining characteristic: Postmaterial capitalist theory in the works of Gibson
K. Linda Abian

Department of Ontology, Cambridge University

1 - Realism and the preconstructive paradigm of narrative

In the works of Gibson, a predominant concept is the distinction between destruction and creation. The primary theme of the works of Gibson is the role of the reader as writer.

Thus, Debord uses the term 'postmaterial capitalist theory' to denote a conceptualist totality. Derrida promotes the use of the preconstructive paradigm of narrative to deconstruct hierarchy.

It could be said that the subject is contextualised into a realism that includes truth as a reality. Any number of narratives concerning postmaterial capitalist theory may be discovered. Thus, Debord uses the term 'the preconstructive paradigm of narrative' to denote the futility, and some would say the failure, of neodialectic society. The subject is interpolated into a realism that includes culture as a totality.

2. Realities of genre

If one examines capitalist deappropriation, one is faced with a choice: either reject the preconstructive paradigm of narrative or conclude that sexual identity has objective value, given that Lacan's essay on realism is valid. But Marx suggests the use of the preconstructive paradigm of narrative to attack and modify art. Many narratives concerning not dematerialism, but postdematerialism exist.

It could be said that Reicher[1] holds that we have to choose between realism and cultural discourse. Bataille promotes the use of postmaterial capitalist theory to deconstruct capitalism.

Therefore, the characteristic theme of Reicher's[2] analysis of the cultural paradigm of consensus is a self-falsifying paradox. If postmaterial capitalist theory holds, we have to choose between Lacanist obscurity and predialectic theory.
1. Reicher, W. D. ed. (1989) The pretextual paradigm of expression, capitalism and realism. Loompanics

2. Reicher, F. M. S. (1996) Reading Marx: Realism and postmaterial capitalist theory. University of Oregon Press


Gostou do texto? Não gostou? CLica aqui prá sacar de onde isso veio.

Evolução II

Atendendo a pedidos, uma das fotos de formatura da minha sala. Evolutivamente errado, mas foi doido!



Saca só que site massa... Faça vc mesmo no estilo South Park. Esse aí em baixo sou eu.

Clica aqui prá fazer a paradinha.

2/06/2004

Jabor


Um dia desses eu e a Ma passamos mal de rir do Arnaldo Jabor no Manhattan Connection. O camarada é totalmente hilário e crítico. Aí a gente discutiu um tantão sobre como ia ser legal ver o Jabor falando sobre amor. Eu esqueci do assunto, até que outro dia eu fui ver o Manhattan e não vi o Jabor. E descobri que ele saiu. Aí encasquetei que eu ia achar de qualquer jeito um texto dele falando sobre amor. Deu trabalho mas taí. Eu gostei. E acabou que, de tanto eu procurar, achei também todos os textos dos quais ele comenta durante esse.


O amor impossível é o verdadeiro amor

Outro dia escrevi um artigo sobre o amor. Depois, escrevi outro sobre sexo.
Os dois artigos mexeram com a cabeça de pessoas que encontro na rua e que me agarram, dizendo: "Mas... afinal, o que é o amor?" E esperam, de olho muito aberto, uma resposta "profunda". Sei apenas que há um amor mais comum, do dia-a-dia, que é nosso velho conhecido, um amor datado, um amor que muda com as décadas, o amor prático que rege o "eu te amo" ou "não te amo". Eu, branco, classe média, brasileiro, já vi esse amor mudar muito. Quando eu era jovem, nos anos 60/70, o amor era um desejo romântico, um sonho político, contra o sistema, amor da liberdade, a busca de um "desregramento dos sentidos". Depois, nos anos 80/90 foi ficando um amor de consumo, um amor de mercado, uma progressiva apropriação indébita do "outro". O ritmo do tempo acelerou o amor, o dinheiro contabilizou o amor, matando seu mistério impalpável. Hoje, temos controle, sabemos por que "amamos", temos medo de nos perder no amor e fracassar na produção. A cultura americana está criando um "desencantamento" insuportável na vida social. O amor é a recusa desse desencanto. O amor quer o encantamento que os bichos têm, naturalmente.

Por isso, permitam-me hoje ser um falso "profundo" (tratar só de política me mata...) e falar de outro amor, mais metafísico, mais seminal, que transcende as décadas, as modas. Esse amor é como uma demanda da natureza ou, melhor, do nosso exílio da natureza. É um amor quase como um órgão físico que foi perdido. Como escreveu o Ferreira Gullar outro dia, num genial poema publicado sobre a cor azul, que explica indiretamente o que tento falar: o amor é algo "feito um lampejo que surgiu no mundo/ essa cor/ essa mancha/ que a mim chegou/ de detrás de dezenas de milhares de manhãs/ e noites estreladas/ como um puído aceno humano/ mancha azul que carrego comigo como carrego meus cabelos ou uma lesão oculta onde ninguém sabe".

Pois, senhores, esse amor existe dentro de nós como uma fome quase que "celular". Não nasce nem morre das "condições históricas"; é um amor que está entranhado no DNA, no fundo da matéria. É uma pulsão inevitável, quase uma "lesão oculta" dos seres expulsos da natureza. Nós somos o único bicho "de fora", estrangeiro. Os bichos têm esse amor, mas nem sabem.

(Estou sendo "filosófico", mas... tudo bem... não perguntaram?) Esse amor bate em nós como os frêmitos primordiais das células do corpo e como as fusões nucleares das galáxias; esse amor cria em nós a sensação do Ser, que só é perceptível nos breves instantes em que entramos em compasso com o universo. Nosso amor é uma reprodução ampliada da cópula entre o espermatozóide e óvulo se interpenetrando. Por obra do amor, saímos do ventre e queremos voltar, queremos uma "reintegração de posse" de nossa origem celular, indo até a dança primitiva das moléculas. Somos grandes células que querem se re-unir, separados pelo sexo, que as dividiu. ("Sexo" vem de "secare" em latim: separar, cortar.) O amor cria momentos em que temos a sensação de que a "máquina do mundo" ou a máquina da vida se explica, em que tudo parece parar num arrepio, como uma lembrança remota. Como disse Artaud, o louco, sobre a arte (ou o amor) : "A arte não é a imitação da vida. A vida é que é a imitação de algo transcendental com que a arte nos põe em contato." E a arte não é a linguagem do amor? E não falo aqui dos grandes momentos de paixão, dos grandes orgasmos, dos grande beijos - eles podem ser enganosos. Falo de brevíssimos instantes de felicidade sem motivo, de um mistério que subitamente parece revelado. Há, nesse amor, uma clara geometria entre o sentimento e a paisagem, como na poesia de Francis Ponge, quando o cabelo da amada se liga aos pinheiros da floresta ou quando o seu brilho ruivo se une com o sol entre os ramos das árvores ou entre as tranças da mulher amada e tudo parece decifrado. Mas, não se decifra nunca, como a poesia. Como disse alguém: a poesia é um desejo de retorno a uma língua primitiva. O amor também. Melhor dizendo: o amor é essa tentativa de atingir o impossível, se bem que o "impossível" é indesejado hoje em dia; só queremos o controlado, o lógico. O amor anda transgênico, geneticamente modificado, fast love.

Escrevi outro dia que "o amor vive da incompletude e esse vazio justifica a poesia da entrega. Ser impossível é sua grande beleza. Claro que o amor é também feito de egoísmos, de narcisismos mas, ainda assim, ele busca uma grandeza - mesmo no crime de amor há um terrível sonho de plenitude. Amar exige coragem e hoje somos todos covardes".

Mas, o fundo e inexplicável amor acontece quando você "cessa", por brevíssimos instantes. A possessividade cessa e, por segundos, ela fica compassiva. Deixamos o amado ser o que é e o outro é contemplado em sua total solidão. Vemos um gesto frágil, um cabelo molhado, um rosto dormindo, e isso desperta em nós uma espécie de "compaixão" pelo nosso desamparo.

Esperamos do amor essa sensação de eternidade. Queremos nos enganar e achar que haverá juventude para sempre, queremos que haja sentido para a vida, que o mistério da "falha" humana se revele, queremos esquecer, melhor, queremos "não-saber" que vamos morrer, como só os animais não sabem. O amor é uma ilusão sem a qual não podemos viver. Como os relâmpagos, o amor nos liga entre a Terra e o céu. Mas, como souberam os grandes poetas como Cabral e Donne, a plenitude do amor não nos faz virar "anjos", não. O amor não é da ordem do céu, do espírito. O amor é uma demanda da terra, é o profundo desejo de vivermos sem linguagem, sem fala, como os animais em sua paz absoluta. Queremos atingir esse "absoluto", que está na calma felicidade dos animais.

2/04/2004

2/02/2004

Ai meu saco...


Georgia quer banir a palavra "evolução" em escolas


A superintendência escolar do estado norte-americano da Georgia propôs a substituição da palavra "evolução" por "mudanças biológicas ao longo do tempo".
A mudança inclui mais de 800 páginas de revisão de rascunhos do currículo que foram postadas pelo Departamento de Educação em seu site. As mudanças devem ser votadas em maio.

A superintendente Kathy Cox disse que o conceito de evolução continuará sendo ensinado com a proposta, mas a palavra não seria mais utilizada. A proposta não obriga as escolas a comprarem livros didáticos novos que omitem a palavra e os professores não seriam impedidos de usá-la.

Cox se refere a evolução como "palavra-chave" e disse que o banimento foi proposto, em parte, para aliviar a pressão sobre professores em áreas conservadoras, onde os pais se opõe ao ensino da teoria evolutiva.

"Se os professores do estado, os pais do estado dizem "isso não é o que queremos", então vamos mudar", disse Cox, uma republicana eleita em 2002.

Educadores e legisladores criticaram a proposta, dizendo que os professores de ciência entendem as teorias por trás da evolução e como ensiná-las.

"Aqui estamos, dizendo que devemos melhorar os padrões e a educação, e estamos apenas jogando um osso para os conservadores com total indiferença ao que dizem os cientistas", disse o representante Bob Holmes, um democrata.

Conservadores que preferem que a versão religiosa para a criação seja ensinada no lugar da teoria da evolução também criticaram a proposta. "Se estamos ensinando um conceito sem a palavra, de adianta?", disse o republicano Bobby Franklin. "É burrice. É como ensinar a lei da gravidade sem usar a palavra gravidade".