10/27/2005

Vergonha


Nunca achei que eu escrevo bem. Ainda mais um soneto, que é antiquado, meio breguinha e muito, muito difícil de encotrar as rimas. Eu escrevi dois poemas em toda a minha vida. Os dois prá mesma pessoa. Achei que nem tinha uma cópia desse, que é o que eu mais gosto, mas limpando uma daquelas pastas de e-mails enviados encontrei. Taí.

Soneto de Nossas Vidas

Eu grito para todo aquele que me escuta
E fala, e sente, e pensa, e tenta
Sobreviver ao que se apresenta
Do que o amor, lentamente, executa

Existe algo que me acalenta
Quando sua ausência vem na forma mais bruta
Pela qual eu travo a mais justa luta
Que é o que mais me contenta

E como o acaso me presenteia
Com a nossa vida, e sua presença
Pela qual a minha sempre anseia

E se ela ditar outra sentença
Eu me sentirei como que tateia
Perdido na vida, estranhamente intensa

Chico Lobo

Obs.: Dedico esse post à Cris, que me incentivou a escrever e a não ter vergonha. Brigado.

10/14/2005

Como eu tenho "pensado" ultimamente


Eu tenho odiado chegar a conclusões definitivas sobre qualquer aspecto da vida. Odeio estar pensando sobre um assunto e concluir alguma coisa que eu julgue eterna e imutável sobre ele, porque isso indica, pelo menos da maneira como eu tenho pensado, que aquele campo específico da vida está estagnado dali para frente, enquanto se tiver aquela falsa certeza. Digo falsa porque ter essa certeza absoluta indica que tenho fé em alguma coisa. Pra mim chegar a uma conclusão absoluta equivale a encontrar a verdade absoluta sobre aquele assunto e, como sou uma pessoa que tende a aplicar o método científico em vários aspectos de minha vida, não posso concordar com a idéia de verdade absoluta.
E isso tudo que a gente acha não vale só para vida acadêmica não, com certeza (não absoluta dessa vez. Certeza momentânea e certamente passível de mudanças). Vale para sua vida inteira, ou pelo menos para a parte da sua vida na qual você decide usar a racionalidade pra tirar conclusões. Digo isso porque também estou meio de saco cheio de ser racional o tempo todo. Cansei de negar meus instintos, de pesar conseqüências para cada ação minúscula da minha vida visando maximizar a minha felicidade (ou o que quer que eu deseje maximizar). Quando a gente fica pensando demais para falar que gosta de alguém, para fazer uma coisa bacana, para ficar feliz, as vezes a gente acaba racionalizando o sentimento e perde o tesão inicial. Pelo menos comigo isso já aconteceu várias vezes e tenho tentado evitar que isso aconteça de novo. Estou sendo emotivo também agora e tenho gostado das conseqüências disso.


Mas, como bem disse a Rafaela, que é a pessoa para quem eu tinha mandado uma versão desse textinho antes, e para quem eu dedico esse post, até pra decidir ser emotivo eu racionalizei. ;-P