12/18/2006

Quase lah! Quem sabe da proxima...



ACM Neto toma facada na bahia



Adendo: Aderi a campanha pra libertarem a mulher que fez o fato! Deixa ela trabalhar ae, porra!

12/13/2006

5% de um ano



5% do tempo que eu vou ficar aqui jah foi. Um ano tem 52 semanas, duas e meia jah passaram desde que eu saih do Brasil. Duas semanas e meia passam voando, foi rapido demais... Vamos ver o quanto demora prah passar um ano. Eh incrivel o tanto de coisas que dah prah fazer nesse tempo. Dah prah usar toda a sua roupa, lava-la (nunca tinha lavado tanta roupa assim e, se essa for a parte mais chata de morar sozinho, estou feliz demais), usar a metade de novo (nao, eu nao trouxe muita coisa, pretendo voltar com mais coisas do que eu trouxe), pensar que se acostumou com o frio, ver a temperatura baixar 5 graus e prceber que nao acostumou de jeito nenhum, viajar prah duas cidades maravilhosas e, principalmente, achar tudo muito bacana em um dia e muito triste no outro. Nao fico mais tempo triste ou feliz do que quando eu estava no Brasil, mas os apices de felicidade e de tristeza sao maiores. Em linguagem estatistica, minha media de alegria/tristeza estah igual a do Brasil, mas o desvio-padrao estah incrivelmente maior. Tem varios dias que eu fico euforico soh por estar na Europa, morar sozinho, poder beber todos os dias sem problemas. A parte do "poder beber todos os dias" foi especialmente legal no inicio, mas hoje nem cerveja em casa eu tenho mais! Sempre achei que, quando morasse sozinho, ia ter um tanto de cerveja prah mim, em caso de emergencia para festinhas :-). Nao estah acontecendo, embora jah tenha quebrado tudo na minha casa um dia desses (regado a cachaca e rum puro com uns caras do meu lab. O pessoal aqui bebe direito, como eu jah falei e vcs sabem. Quatro pessoas mataram a garrafa de rum e metade da pinga). Mas tenho que lembrar tambem que estou no outono e que, como minha casa soh tem aquecimento no quarto, sair de lah prah ir na cozinha de noite beber alguma coisa gelada eh especialmente doloroso. Mas, como eu ia dizendo, tem dias que eu acordo feliz prah caralho soh por pensar que estou morando sozinho com a minha grana, mas tem dias que sao osso. Acordo puto, com saudade de um tanto de gente, pensando que vou sair e ficar num lugar com pessoas falando em uma lingua que eu nao entendo nada e comeco a desconfiar que, se nao estudar muito, nao vou aprender. Daih o dia fica uma merda.

Mas um ano eh um ano. Idas periodicas a Amsterdam vao certamente faze-lo ficar mais divertido, comecando a partir da semana que vem. Noticias (e fotos, que eu estou devendo e tem um tanto de gente cobrando) serao providenciadas logo apos o reveillon, prometo.

11/26/2006

Por que eu não respeito mais os religiosos (ou: saco cheio de me dizerem que eu vou pro inferno)





Ontem foi um dia divertido. Não é sempre que rola de ter 5 biólogos apaixonados por evolução e, consequentemente (pelo menos prá gente a relação de causalidade é inevitável), ateus, na praça do Papa, com a oportunidade e a disposição de se divertir com um religioso que tenta converter a *todos* nós de uma vez só. Me senti quase um leão se divertindo com uma gazelinha machucada antes de comê-la. Tadinho dele. O cara deu azar demais de trombar de cara com uma galera muito barra-pesada de opinião e que pelo menos sabe um pouquinho do que está falando. Foi divertido demais ver o cara ficando desesperado e falando sempre as mesmas frases desconexas (começando com "Jesus", falando de amor no meio ou qualquer merda desse tipo) quando a gente falava com ele das coisas divertidas que tem na Bíblia (do tipo: podemos escravizar seres humanos e devemos enterrar nossas fezes) ou sobre como a religião justifica as guerras e a riqueza (que o digam os nossos índios que sobraram para a parte das guerras e os vários exemplos das casas maravilhosas que existem lá na praça para a parte dos ricos) ou sobre o deus dos pardais e das batatas (ao tentarmos explicar prá ele que essas espécies existem há milhões de anos e que a gente existe há só 150.000).

Essa conversa foi boa também prá eu me decidir a sair de novo de cima do muro e voltar a falar que eu sou ateu ao invés de agnóstico, além de me fazer decidir de uma por todas que eu, a priori, não respeito mais a opinião dos religiosos, simplesmente porque *todos* os que eu encontro, ao me exporem seu ponto de vista (leia-se: tentar catequizar o índio aqui) têm a minha atenção, seguida obviamente de um atque intelectual nervoso mas, quando eu exponho a minha, contra a qual eles nunca tem nada mais interessante a falar do que esse infeliz que eu encontrei ontem, eles sempre me olham no final com uma cara de pena e dizem, explicita ou implicitamente, que eu vou pro inferno. Pro inferno com eles! Sem respeito de lá, sem respeito daqui.

10/31/2006

Acho que agora vai



Bom, como alguns de vocês já sabem, eu estou tentando ir para a Alemanha fazer uma parte do meu doutorado. Nunca cogitei essa possibilidade, na verdade ela surgiu totalmente por acaso quando eu pensei em desistir de ser cientista. Me explico. Meu antigo projeto de doutorado estava dando muito errado e, calejado do mestrado como já sou, fui conversar honestamente com a minha orientadora sobre a possibilidade de largar tudo e virar hippie, um pouco ao estilo do que o Omni fez no mestrado. Ela não só me convenceu a não fazer isso (como ela sempre teve a manha de fazer) como me deu um novo projeto e um novo co-orientador o qual, de quebra, conseguiu uma colaboração nas Oropa para esse brazuca aqui ir. Daí eu tive que começar a tentar obter a bolsa de doutorado-sanduíche. Esse longo processo começou há uns cinco meses e, como sempre costuma acontecer com o Chico, várias histórias engraçadas, tristes, certamente nonsense e de gosto provavelmente duvidoso aconteceram até chegar o dia de hoje, no qual falo com uma certeza razoável que a tal viagem vai sair mesmo e que eu vou embora por um ano. Aí vão as melhores histórias do que eu andei fazendo nos últimos tempos (sempre com a grande ressalva do humor pouco ortodoxo, afinal conheço poucas pessoas que zombam da possibilidade - ainda que póstuma - do próprio câncer):

1) Dente siso

Maior zica de saúde da minha vida, certamente. Começou quando resolvi fazer um check-up médico e odontológico antes de ir embora. Dai eu descobri que meu dente siso, que estava incluso há 7 anos atrás, última vez na qual tive notícias dele, tinha andado ocupado nesse tempo. O maldito entrou mais para dentro da minha mandíbula ao invés de sair, regrediu para dentro do osso e chegou perto demais do meu nervo mandibular (que é o que controla a sensibilidade e a motricidade da língua, lábios e parte do rosto), o que tornava a cirurgia de alto risco, já que o nervo podia ser lesionado. Para piorar ainda mais o dente formou um cisto dentro da minha mandíbula, o que veio a ser a minha primeira suspeita concreta de câncer que teria que ser diagnosticada por biópsia. O caso era tão preocupante que dois dentistas nos quais eu levei os exames me falaram exatamente a mesma coisa: "seu caso é único e gravíssimo, nunca vimos nada parecido e honestamente vamos ter que estudar a melhor maneira de fazer o tratamento". Já que estva tudo fodido mesmo, sugeri da gente pelo menos fazer um pôster e me mandar (literalmente, eu mesmo) como estudo de caso para algum congresso de Odontologia em algum lugar doido e paradisíaco (pensei: "já que o caso e grave mesmo, vou me jogar na vida! Fico lá de boca aberta e nas poucas horas de vida que me restarem eu aproveito"), mas nenhum deles animou muito com a idéia... Agora, quando olho para trás, acho que essa foi a semana mais apreensiva da minha vida até sair o resultado da biópsia, negativo, felizmente.

Daí veio o segundo problema: faltavam dois meses para eu ir embora e a cirurgia tinha que ser feita em, no mínimo, três meses para fazer tudo com mais segurança. Meu dentista faz o estilo "doidão que adora desafios", e decidiu arriscar junto comigo e operar assim mesmo. Daí foi "só" fazer duas cirurgias, sendo a primeira para colocar uma mangueirinha na boca para drenar o tal do cisto e a segunda para a remoção do dito, mais do siso incrustado na minha mandíbula mais o meu último molar que teve a sua raiz comida pelo cisto e foi pro saco. Isso deu pelo menos uma semana da dor mais intensa que eu já senti, com direito a não conseguir pisar no chão nem abrir os olhos direito por horas na sua cama. Agora as coisas estão melhores, mas o tal do dente do juízo esteve mais para juízo final no meu caso...

2) TOEFL

Bom, eu tinha que ter proeficiência em alemão para ir para a Alemanha, certo? Certíssimo. Regras da CAPES. Mas nada que um co-orientador influente não resolva. Acabou que rolou de ir *só* com o tal do TOEFL. Essa provinha divertida é dividida atualmente em 4 sessões: comprehension (leitura e resposta), listening (ouvir e marcar as bolinhas certas da prova), speakking (isso mesmo. Os caras te gravam falando sobre qualquer merda - qualquer merda mesmo: dentre os assuntos que discursei encontram-se: atividade geológica na lua, fotografia no século XIX e estacionamentos cheios em campus de universidades - e mandam pros states para alguém lá corrigir) e writing (redação sobre mais temas bizarros). Aviso que a prova não é trivial, absolutamente. Foi a primeira vez que fiz uma prova de língua na qual eu não sabia que tinha ido bem.

Mas como não podia deixar de ser, tinha que dar zica no processo. Meus maiores problemas aqui foram o fato de que não existia data para fazer a prova aqui em BH, o que me levou a ir para São José dos Campos fazer a maledeta e o fato de que a primeira cirurgia na minha boca foi feita *no dia* da minha viagem, o que me deu muitas dores durante o sacolegar do buzão. Acredite, foram 11 horas de desespero e vontade de pegar um táxi no meio do nada e voltar prá casa para me encolher em posição fetal para balbuciar palavras desconexas de dor. A parte falada do exame foi um sofrimento a parte.

Ah, uma experiência certamente única foi ficar no hotel mais vagabundo da minha vida: Se você chegar no taxista do interior e falar que quer um hotel *barato* acredite, você vai realmente conseguir um: 13 reais a diária, incluindo um *coelho de estimação* do hotel que ficava passeando e cagando nos corredores imundos e dentro do meu quarto, uma porta que não fechava direito e que o coelho maldito sabia abrir para entrar, uma co-evolução do primata tentando fechar a porta e do roedor tentando abrir (eu tinha poucas ferramentas e o roedor ganhou a batalha, mas não a guerra. Descobri que ele odiava fumaça de cigarro, daí para mantê-lo fora do quarto foi um pulo), cortinas mofadas que eu só percebi no meio da noite, quando não conseguia mais respirar, um banheiro coletivo tosco e praticamente a céu aberto que eu nem tive coragem de usar, passei dois dias sujo mesmo (ainda mais porque da única vez que eu fui tentar usar o maldito coelho me atacou de novo). Vivi nesse lugar por 28 horas, parece que foi muuuito mais.

Mas passei na prova.

3) Amor

Pequeno resumo Saramaguiano da minha vida amorosa:

Adote a vida de solteiro; ache que aprendeu todas as manhas para não se apaixonar; viva nesse estilo por quase dois anos; realmente percaba que vc não se apaixona mais como vc fazia antes; apronte todas com todas as mulheres; se apaixone levemente por algumas no meio do caminho e tenha certeza de que vc nasceu para ser solteiro, ao ver a sua paixão desaparecer em poucas horas regadas a samba; perca as suas convicções, seu chão, seu norte ao se apaixonar muito, muito de verdade pela mulher mais confusa e maravilhosa da sua vida nos últimos tempos faltando pouco mais de um mês para vc viajar; pense nas suas outras namoradas e perceba que achar alguém mais confusa do que elas é para poucos; tenha certeza que isso vai te dar muita dor de cabeça; decida investir nisso mesmo assim; ouça a outra pessoa dizer que também está apaixonada por vc e que quer terminar com vc 3 vezes na mesma semana pelos mais diversos motivos; entenda todos eles -discorde da maioria- e a convença de que eles não são suficientes; fique com a pulga atrás da orelha porque você simplesmente *sabe* que existe um motivo maior por trás dos outros que ela não te contou; se arrependa de ter decidido investir; desarrependa-se em 5 minutos; pense em desistir da viagem por causa dela; desista; repense; decida ir; ouça a outra parte voltar a dizer que gosta de vc e te explicar a parte da vida dela que ainda não tinha sido explicada e que vc sabia que ainda faltava; veja que ela até que tem uma certa razão mesmo agindo de uma maneira diferente da qual você agiria; pense que, se vc está confuso, imagine ela agora que vc sabe de tudo; acerte seus ponteiros com a mulher; termine pela última vez e saia mais confuso e apaixonado do que começou. Tenha a certeza, não absoluta, já que nada o é, que você fez tudo e que faria muito mais.

Eu escrevo isso para que você leia e, quando escrevo, entendo o surgimento de todas as musas. Como poderia não entender? Nós somos movidos a paixões, pequenas partículas de caos. Crio dezenas de musas em minha cabeça para cada ocasião em que me lembro das coisas que "poderiam ter sido", e todas tem o seu rosto, e elas me angustiam. Ah, as coisas que não são. Estas são as únicas que nos fazem sofrer, pois nos mostram nossos desejos e não como as coisas se deram, remetem às nossas idéias e não ao modo como as coisas foram. Quando penso na inevitabilidade do ato já feito e na poda dos outros atos que não aconteceram, inúmeros, infinitos, quando penso na gente, penso no Milan Kundera. Através dele conheci o ditado em alemão "Einmal ist Keinmal" ("uma vez não conta", "uma vez não é o bastante"). Esse conceito quer dizer que os eventos são únicos, que o que está acontecendo agora na sua vida será exclusivo e extremamente fugaz. Muitas vezes pensamos nas nossas vidas como um esboço, como um rascunho de algo inacabado mas que constantemente projetamos para o futuro, algo que não conhecemos mas desejamos. Matamos e morremos e rimos e choramos para chegar nesse desenho final. Entretanto esse desenho e todos os seus esboços não existem em nenhum outro lugar além das nossas idéias! Nossa cabeça é um cemitério das possibilidades que queremos fazer, vivemos no mundo ilusório das milhares de coisas “que virão a ser” e que planejamos mas, como cada ato da vida é único, cada escolha é final na sua existência leve, levíssima. Insustentável. Isso me angustia mais, porque percebo que poderíamos ter sido alguma coisa, qualquer coisa. Quantas viagens, risos e choros existem perdidos dentro da minha cabeça, minha linda! Mas isso agora é só mais uma coisa que não foi, dentre tantas outras. Para nós hoje não vejo mais os planos, só consigo ver as coisas que não foram. E existe outro jeito? Já sabemos a resposta, só na minha cabeça...

Não escolhi me apaixonar, e tenho certeza que você também não. Poderíamos ter vivido um mês maravilhoso, com mais coisas boas que ruins, felizes que tristes, mas isso agora pertence ao infinito mundo das milhares de coisas que não foram pra que uma pudesse ser. Nunca saberemos como seria, em parte porque tenho meus limites e em grande parte porque você tem os seus, os quais eu respeitei e tentei compreender mais do que tudo. Mas então como poderia ter sido diferente?


Bom, gente, depois do amor é mais ou menos isso aí. Depois de tudo feito, vejo que a viagem vai ser boa, trabalhei muito por ela, como pode não ser? "Einmal ist Keinmal". No mar de inúmeras possibilidades únicas da minha existência eu vou no dia 27 de Novembro e ainda estou olhando alguns detalhes finais. Irei fazer várias e várias despedidas e vcs, caros leitores, serão convidados oportunamente para todas as que quiserem ir. Mais novidades aqui nesse blogue logo logo.

10/24/2006

Genial!

Cliquem aqui para ver a manifestação religiosa mais humilde de Jesus! O cara é show de bola!!

Thanx Tiago por me mandar essa pérola!

10/13/2006

...



Diversas espécies cultivam hábitos reprodutivos curiosos. Algumas constróem a casa para o parceiro, outras mudam radicalmente a morfologia corporal na época do acasalamento para disputar o sexo oposto. Mas só mesmo uma espécie tão torta quanto a nossa para presentear as suas fêmeas com órgãos genitais de outros seres vivos. E para ter fêmeas que gostam de ser presenteadas com isso. ;-P

10/02/2006

segundo turno


Peguei do Kenji que pegou do slashdot. Escreveram por nós dois ;-)

People do mind about honesty, but they're rather vote for someone who "steals, but does" like Maluf than a seemingly good-intended less-known politician. And people can't remember stuff for much longer than a goldfish. I live in Brasília and I'm completely ashamed to know that people here elected someone like Arruda as a Governor. He violated the secrecy of the electronic voting panel, a few years ago, and lied about not being responsible for it. When undeniable evidence was found later, he admitted having done it. He was likely to be prosecuted (and bound to be punished), but resigned and charges against hill were dropped. Ex-president Fernando Collor de Mello was elected senator for Alagoas. Paulo Maluf was elected congressman for São Paulo.

The Carta Capital weekly magazine made some researches about scandals in the last three governments: Lula's, Collor's and Fernando Henrique Cardoso's. Unlike most people seem to believe now, the scandals in the other two governments involved much bigger sums of money. The difference is that Fernando Henrique's was much quicker to react and cover the scandals up, and we all know how Collor ended up. Let us not forget that Marcos Valério worked for FHC people too, that the ambulances scandal began while José Serra (elected Governor of São Paulo) was Minister of Health for FHC, and that Roberto Jefferson, who started the first big scandal of Lula's government, was the biggest defender of Collor's misdoings.

This is a very dark time for Brazil. I'm not happy with Lula's government, but I voted for him since I can't trust Alckmin (he has a very Maluf-like way of doing politics), neither Heloísa Helena (she seemed to be angry all the time, could never give a good answer when asked HOW she intended to do the things she promised, and surprisingly has some conservative support), neither Cristovam (I know him, he was principal of University of Brasília and Governor here for four years) would make a better government. It's so difficult to advance that we have to make it by small steps. I believe Lula's government is one of those small steps. Probably you think otherwise, but I respect your opinion. Let us hope that the next government be better than the last ones.

Cheers!


Para chegar no texto original clica aqui

9/25/2006

Milan Kundera em um abraço


Clarissa me abraçou forte e rapidamente, mas esse momento continuou bem depois de sua despedida. Seu gesto foi acompanhado de uma risada suave e, devido à proximidade da sua boca e de minha orelha, um pouco alta. Nada que tenha me incomodado, sua voz era aguda mas não causou desconforto, pelo contrário. Me lembrou uma soprano aprendendo a cantar, quando há potência sem controle das notas, somente a emoção da tentativa e do erro sem a massificação dos robôs cantadores que estufam seus tórax e emitem notas e notas sem errar. Depois ela se despediu acenando de leve com a mão, atirando o nada contra ele mesmo, movendo o ar de maneira quase visível. Enquanto eu comecei a pensar em seus dois gestos ela se foi e eu nem mesmo percebi. Ambos me causaram um sentimento, e a primeira palavra que surgiu em minha mente para explicá-lo foi "estranheza".

Depois da sua ausência senti minha pele ainda um pouco aquecida do contato passageiro, o que me causou novamente o mesmo sentimento. Esta palavra, "estranheza", transmite-me uma idéia na língua portuguesa que é quase contrária ao que eu senti. Minha estranheza foi parecida com o "extraño" da língua espanhola, que pode ser traduzida livremente como saudade. As duas palavras possuem a mesma raíz e, entretanto, o uso de "estranheza" ou "estranho" possui um certo desconforto de sentido na língua portuguesa, gerando uma conotação negativa. Esse desconforto, que inicialmente pode parecer longe da idéia de um casal apaixonado hipotético que declara sua saudade recíproca com "extraño" são na verdade a mesma coisa. Estranho é algo diferente, não-cotidiano, mas não necessariamente ruim. Estranho é algo não-usual, mas não gostamos de mudanças na vida. Qualquer estranhamento causa desconforto, incômodo por sentirmos algo diferente de nossa rotina. o "extraño" espanhol quer dizer estranhar a distância. Saudade é estranhar a distância. Estranhei Clarissa.

9/13/2006

Cerveja

Dois dos melhores comerciais de cerva que eu já vi. Fiquei com vontade de beber e larguei tudo, passe aqui amanhã...

Primeiro

Segundo

8/23/2006

Quem pode, pode...


Ha uns bons tres anos um aluno de doutorado amigo meu me disse o seguinte: "nao importa o tanto que voce sabe, e sim o tanto que os outros acham que voce sabe". Ouvi uma frase nova que eu achei melhor ainda do que essa. Vamos aos fatos.

Toda semana rola uma reuniao no meu laboratorio, onde alguns alunos expoem seus resultados para criticas e sugestoes de outras pessoas. Na semana passada um dos alunos apresentou alguns resultados , que sao basicamente o seguinte:

1) injetar o 50 bichos "A" em um camundongo -> nada acontece.
2) injetar o 50 bichos "B" em um camundongo -> nada acontece.
3) injetar 25 bichos "A" + 25 bichos "B" em um camundongo -> morrem todos os camundongos.

Dai surge o interesse obvio: porque os dois bichos juntos matam mas separados nao? O que causa esse fenomeno?

Minha primeira sugestao foi fazer um experimento muito parecido com um dos que levaram a descoberta de que o DNA eh o material genetico. Basicamente, injete um dos bichos mortos e o outro vivo e depois troque os grupos de quem vive e de quem morre. Quando isso foi feito lah nos idos de 1950, com uma bacteria nao patogenica viva e uma patogenica morta, viram que alguma coisa (no caso o DNA) era capaz de transmitir a virulencia da linhagem morta para a viva, o que transformava a bacteria nao virulenta em virulenta. Daih para descobrirem que esse "fator" de virulencia era o DNA foi um pulo.

So que ninguem deu muita bola pro meu experimento nao, falaram que era muito dificil e que poderia nao responder nada. Nao responder nada eh normal, 90% dos experimentos em biologia dao resultados de interpretacao dubia, jah que o tempo todo a gente tenta falsear nossa hipotese de trabalho para que ela seja tida como nao-verdadeira. A gente nunca proca que uma coisa eh verdadeira, e sim que ela, por enquanto, nao eh falsa. Nao tem jeito de saber se nos estamos na "Verdade ultima". Ateh porque a gente nem sabe se ela existe. Karl Popper basico.

O lance que me deixou muito, mas muito puto foi que na semana seguinte o "foda" do Sergio Pena (o coordenador do laboratorio) deu a mesmissima ideia, sem tirar nem por, e foi idolatrado no laboratorio como um genio, capaz de lembrar de todos os experimentos classicos do passado, etc e tal. A culpa nem foi dele, que nem tinha ouvido a minha primeira ideia, porque nao tinha ido na reuniao anterior. Ainda bem que o aluno que apresentou os dados lembrou que eu jah tinha falado e contou prah todo mundo que a ideia tinha sido minha. Daih o tio Sergio ri e fala: "Francisco, nao importa quem teve a ideia, e sim quem falou a ideia". Nada mais certo. Ciencia, como toda criacao humana, possui pessoas vaidosas. ALias, no caso da ciencia, acho que o ego eh ainda maior, jah que o cientista eh (ou acha que eh) inteligente prah caralho e ai de quem falar o contrario. Foda, mas eh verdade.

8/18/2006

edukators



Bom, agradei demais desse filme. Dá até uma lufada de ar fresco na vida ver que tem gente (tá bom, de mentirinha mas tem) que pensa mais ou menos como eu. Além de vocês, parcos leitores, é claro. ;-P



6/20/2006

Será que ia ser assim?


Tristeza não tem fim
Felicidade sim
Tom Jobim






Acordou sobressaltado, mais uma vez com medo de que o tivessem roubado. Desde que o descobrira, não conseguia ter mais nenhum momento verdadeiro de paz. Se trancara, isolado de todas as pessoas, especialmente as mais íntimas, aquelas que antigamente entravam e saíam de sua casa com a emoção sincera que caracteriza os amigos mas que, paradoxalmente, tinham mais chance de rouba-lo. É verdade, desde que descobrira o segredo da felicidade e decidiu não dividí-lo com ninguém, não vivia mais...

6/06/2006

Começando bem o seu dia



Tem dia que é difícil não ficar neurado de verdade com o ser humano. Hoje eu tava ouvindo rádio de manhã e rola a seguinte notícia:

"Hoje é dia 06/06/2006! Essa data é temida por representar o número 666, que é denominado o número da besta na bíblia. Nesse contexto, várias pessoas têm medo dessa data. Assim, para acabarmos com o misticismo que envolve esse dia, resolvemos consultar a *numeróloga* fulaninha de tal...". Aí é osso.

5/23/2006

Retrato de um cidadão comum



Todos nós somos egoístas. Sempre. Quando Alberto chegou a essa conclusão uma sensação de choque o percorreu duas vezes. Inicialmente ele ficou abismado com seu pensamento, com a idéia de que todas as pessoas “virtuosas” do mundo na verdade se enganavam ao pensarem que as suas atitudes eticamente corretas eram feitas para os outros e não para si próprios. Posteriormente ele chocou-se com a simplicidade e força imbatíveis desse pensamento.

Ele, que sempre tinha se achado um rapaz imensamente razoável, respeitador das leis e morais que o bendito estado nação no qual ele tinha nascido determinara como corretas (embora já houvesse concluído anteriormente que as suas obrigações e direitos com um dado estado/nação/povo sejam, obviamente, impostas, pois não se escolhe onde se nasce, até onde nos é permitido ter consciência), descobriu de repente que só fazia isso para maximizar o seu prazer. Depois de mais um simples pensamento ele concluiu que, na verdade, o que ele e todos nós tentávamos a vida inteira era minimizar as nossas tristezas, já que o sentimento dominante na vida não era a alegria e sim seu oposto. Mas estou me adiantando aos fatos que levaram nosso protagonista a essa, aparentemente, absurda conclusão. Vamos a eles.

A linha de pensamento que o levou à idéia final (lembremos, a de que todos nós somos egoístas sempre) não demorou mais de uns 5 minutos, se muito. Ao entrar em um banco para sacar o dinheiro da semana havia um mendigo na porta, como tantos outros com os quais cruzamos e decidimos ignorar ou não todos os dias. Alberto evita olhar para o olho de peixe-morto do mendigo, opaco e plúmbeo. Este tipo de olhar o incomoda desde que ele se lembra, olhar pidão, de necessidade, de quem não deseja nada da vida além do consumo da próxima dose de drogas legais vendidas em qualquer canto da cidade. Mas talvez o que mais o incomode seja o cheiro, aquele de fim de festa de carnaval de rua, mijo misturado com cerveja.

Alberto já sabia que sairia irritado do local, pois certamente ia receber a pergunta por dinheiro e ia ter que ignorar ou ceder. Decidiu-se pela segunda opção dessa vez. Pegou algumas moedas antes de sair do banco e entregou para o mendigo antes mesmo da pergunta, evitando tocar na mão escura e certamente tão fedorenta quanto o resto. O mendigo agradeceu de uma maneira um pouco mais exaltada que o normal. “Produto da fome ou do vício”, pensou.

Inicialmente ele se sentiu mais leve, pensando que pelo menos alguma pequena coisa para aliviar o sofrimento do mendigo tinha sido feita. Não, ele não era ingênuo o suficiente para pensar que estava melhorando a vida dele, sabia que o que tinha feito era somente um paleativo para embotar a mente do mendigo e garantir algumas horas de existência menos sofrida. Logo depois ele começou a pensar sobre o porquê de não ter deixado mais algumas moedas para o mendigo que já ficava para trás. "Por que não mais?", Alberto pensava. Certamente cinco mesetas não iriam fazer falta para o seu orçamento razoavelmente folgado, mas ele decidiu continuar em frente sem olhar para trás. "Por que não mais???", o pensamento continuava lá, culpando-o como tantos outros que costumavam vir à sua cabeça todos os dias e colidiam com a sua ética pessoal, aprendida ou condicionada durante o início da sua vida.

Decidiu então de supetão voltar e entregar a nota recém sacada. O mendigo olhou para ele novamente com aquela cara de pena legítima comum às pessoas que dependem de esmola para viver, sem inicialmente tê-lo reconhecido como o último ser humano que havia lhe dado uma esmola. Assim que percebeu o que acontecia o mendigo agradeceu efusivamente o almoço e a cachaça recém-ganhos de mais um dos benfeitores anônimos que ele conseguia comover vez ou outra a voltarem e dar um pouco mais de dinheiro.

Bem mais aliviado, Alberto continuou caminhando lentamente, tentando encontrar o motivo da sua bondade momentânea. O primeiro pensamento que surgiu foi piedade. “Se eu estou onde estou é por mero acaso”, pensou ele. “Desejo que ele pudesse estar onde eu estou”, continuou. “Mas... Se eu estou dando esse dinheiro para ele é porque eu não desejo vê-lo sofrer? Então por que não fazer isso sempre? Metade do meu dinheiro poderia ser dividido com os pobres, e eu ainda viveria confortavelmente.” “Não”, pensou ele. “Não faço isso por ele. Faço por mim. Não quero possuir o sentimento de culpa que fatalmente me vêm quando faço algo que não gosto. Que não gosto não. Que me ensinaram a não gostar...”.

A partir desse ponto não houve mais retorno para seu modo antigo de ver a vida. Alberto concluiu que todos os atos bondosos são, na verdade, feitos para que o sentimento de culpa que alguns de nós temos ao ver um menino de rua sujo ou um vira-lata não nos assole. Nós desejamos todo o tempo escapar da culpa imposta à coleção de retalhos que chamamos de personalidade por uma ação que vá contra o que acreditamos ser certo. Mesmo a melhor relação de amizade ou o ato religioso mais sincero são feitos somente evitar a tristeza que, como todos nós sabemos, virá se não fizermos o eticamente aceitável.


4/24/2006

Tá tudo dominado


Quando a galera falava que o Google ia dominar o mundo acho que todo mundo pensava que tinha um fundinho de mentira mesmo. Agora eu creio com 100% da minha fé que eles vão dominar é tudo mesmo. Os caras tem o melhor sistema de cifras e tablaturas que eu já encontrei na net, além dos clássicos earth, pictures e mail. Agora veio esse tal de google videos, que tem umas coisas muito muito do caralho!! Otroço e altamente viciante, dá prá achar umas pérolas muito doidas! O que me mostraram (thanx Felipe) de mais doido recentemente foi isso aí ó... Depois tem gente que diz que gosta dos anos 80.

3/27/2006

Como foi

Bom, como o Quelé (que é o camarada que está na maioria das fotos aí comigo) falou, uma viagem dessas não tem como ser ruim, salvo grandes merdas acontecendo. Até que rolou uma merda intermediária, mas não passou nem perto de estragar a dita. Mas vamos do começo:

Estatísticas básicas da viagem:

Dias viajados: 16, sendo 5 prá ir, 5 de carnaval mesmo e 5 prá voltar.

Quilômetros percorridos: 5860, sendo que eu dirigi uns 5500 e a Ciça (a única mulher corajosa o suficiente prá viajar com os dois doidões) dirigiu uns 300 no dia que eu passei mal de verdade (vide adiante o tópico "pior zica")

Dia mais longo na estrada: 900 Km, de Trancoso até BH, percorridos em 15 horas. Parando de 100 em 100 Km prá conhecer as moitinhas legais do caminho. Depois de umas 3 vc fica especialista em achar a melhor moita do mundo (entenda-se: a moita mais mocada prá se fazer aquilo que ninguém pode ver). Era só sentir a pontada mais forte na barriga e já ia ligando o pisca-alerta e avisando pro pessoal marcar mais um pouco porque ia demorar...

Pior zica: intoxicação alimentar do Chico, adquirida após uma moquequa de siri, que fez o mesmo perder 5 quilos em pouco menos de uma semana e deixar a sua melhor parte na Bahia, após conhecer o maravilhoso sistema de saúde do nordeste. E olha que foi via Unimed. Já recuperei 3 quilos, mas o resto acho que foi embora de vez.

Praia mais bonita: Itacaré certamente. Muito muito doida! Vejam nas fotos abaixo.

Dia mais perto de bater o carro: Voltando de Itacaré prá Ilhéus de noitinha em dois bois. Tava a uns 120, rolou de reduzir prá 80 e jogar o carro na contra-mão. A perna realmente fica tremendo um tempão depois do susto, demorei uns 5 minutos (e um cigarro) prá poder voltar a dirigir.

Saldo mais positivo da viagem: parei de fumar desde a volta. Já tem umas 3 semanas que eu nem sei o que é um careta. Faz uma falta fodida, mas tá rolando de levar até mais tranquilo do que eu pensava.

A viagem propriamente dita (não, não vou descrever todos os dias. Na verdade eu nem lembro):

Começamos em BH, saindo de manhãzinha. Chegamos em Alcobaça logo no primeiro dia, depois de uns 700 km de chão. Mas chegar na Bahia já fez toda a diferença:



Eu em Minas





Divisa




Eu na Bahia


O pior é que eu nem sabia dessas fotos sendo batidas! Espontaneidade total! Saca a cara de alegria do moleque depois de passar a divisa...

Aí no início do segundo dia já rolou de ir em uma praia muito bonita, chamada de Tororão. Fica no sul da Bahia, perto de Prados.



Tororão. Observem bem a cara de felicidade do Chico, que se manteve assim durante toda a viagem, salvo os dias de piriri.


Depois a gente subiu até Itacaré, que é realmente show de bola. Praia limpinha, razoávelmente vazias (e olha que isso foi véspera de carnaval) e muito bonitas. Saca só:


Vista da praia do pé da serra, subindo para Itacaré.




Mesma visa de outro ponto da estrada.




Praia de Itacarezinho, tipo umas 9 da manhã.




Itacarezinho.




Vide acima.




Pôr-do-sol dos mais do caralho de todos os tempos! Logo depois de quase bater nos bois, indo de Itacaré prá Ilhéus.


Depois de Ittacaré, subimos até Salvador e fomos até a Praia do Forte. Um dos lugares mais doidos (e caros) que eu já vi na minha vida. Sabe o típico lugar de contos de fadas? Pois é. Se vc puder pagar, é lá mesmo. As casinhas todas arrumadinhas, lojas caríssimas e uma praia razoável.

Depois de mais umas paradas (Praia do francês, AL) rolou de chegar em Recife/Olinda. Lá o bicho pega de verdade no carnaval, meu amigo.

Em primeiro lugar, é *proibido* tocar funk, axé ou qualquer outra merda que não seja música regional durante o carnaval, tanto em Recife quanto em Olinda. Senão rola multa e prisão. E o troço funciona de verdade, não ouvi em quase nenhum momento outra coisa que não fosse frevo ou maracatu.

Em segundo lugar, foram armados *nove* palcos para shows simultâneos no carnaval de Recife. Cada um tocando uma coisa diferente - frevo, música eletrônica (sério! Se vc quisesse estar em uma mega-rave no carnaval, era só começar!), maracatu, etc. Todos os shows de graça, obviamente. Não sei vcs, mas isso me agrada musicalmente muito mais do que os malditos abadás de 1000 reais o dia.

Em terceiro lugar, Olinda. Cidade muito bacana, igualzinha a Ouro Preto. Na verdade minto, como me corrigiram lá. Ouro Preto é que é igualzinha a Olinda, a última tem pelo menos uns dois séculos a mais de vida que a primeira. Mas como eu ia comentando, Olinda é que tem carnaval de rua de verdade, toda hora tem um bloquinho subindo ou descendo uma ladeira, com a maioria das pessoas fantasiadas de verdade, debaixo do maior calor que eu já senti na minha vida. Lá rolou uns 40 graus fácil.

Então chega de carocha e vamos colocar mais umas fotos bacanas do carnaval:



Decoração das ruas de Recife. Os desenhos são do Ariano Suassuna. Já não basta o cara ter a manha de escrever ainda manda bem de artista plástico.




Eu perdido, suado e felizão nas ruas de Olinda.


Bom, depois de 5 dias muito bem aproveitados a gente teve que voltar, infelizmente. aproveitamos prá dar uma passada em Porto de Galinhas, que é de onde vem o resto das fotos aí embaixo.



Uma das dezenas de piscinas naturais do lugar. Se vc pegar uma máscara e der uma mergulhada não dá nem prá descrever o que vc vê. É *muito*, *muito* doido!




Suposta piscina natural com a forma do Brasil (sem a parte de cima. Tipo um Brasil com anencefalia). Saquem os peixinhos dentro da piscina...


Bom gente, foi mais ou menos isso aí. Se eu fosse falar todos os detalhes dava prá escrever muito sobre caa uma das 500 fotos da viagem, uma porção delas muito mais bonitas do que estas daí. Falando sério, foi uma das viagens mais doidas da minha vida! E não me inveje, venha comigo! Projeto Olinda 2007 já está sendo traçado, saindo do papel desde já...

2/17/2006

Carnaval


Pelas próximas duas semanas, incomunicável. Meu destino é esse aí embaixo ó:





Isso depois de ter subido de carro pelo sertão de Minas até Salvador, pegando as praias doidas daí prá frente: norte da Bahia, Sergipe, Alagoas e finalmente Pernambuco. Claro que vai ser doido.

2/09/2006

Coisas só acontecem com o Chico - primeira história


Estava chegando em casa. Minha mãe estava dormindo no andar de cima e minha irmã estudando no andar de baixo. Assim que eu entrei minha irmã me chama prá conversar com aquele ar de cumplicidade de que alguma coisa bem errada está acontecendo. Quando se conhece alguém há 25 anos se aprende a ver uma porção de coisas só pelo olhar, especialmente porque eu e minha irmã vivemos tirando o do outro da reta, especialmente quando o assunto é minha mãe. Temos uma espécie de cumplicidade quando o assunto envolve um esporro materno.

Mas como estava dizendo, minha irmã me chamou prá conversar.

Tetê (com um leve sorriso nos lábios): Chico, você tá louco?

Eu (sem entender nada): Como assim?

Ela (rindo sem disfarçar): Por que é que você fez um filme seu transando com uma garota de programa e salvou no computador? Mamãe viu e ficou puta!

- Eu (O.o) ...

Fiquei mudo mesmo. Não tinha a menor idéia do que ela estava falando.

- Ela (finalmente gargalhando do meu desespero): E o pior não é isso: ela disse que nem camisinha você usou!! Justo você que sempre fica aí dando uma de certinho...

Eu (conseguindo falar finalmente): Que merda é essa? Nunca transei com nenhuma garota de programa! Muito menos me filmei transando!! E, se eu tivesse feito isso, certamente não teria salvo no computador...

Ela (;^P): Bom, só sei que mamãe falou que viu o filme e me falou prá conversar com você. Ela pediu também prá você conersar com ela quando quisesse...

Fui para o meu quarto e fiquei pensando. Eu realmente não tinha idéia de que merda era essa. Resolvi esperar a poeira baixar um pouco antes de ir conversar com a minha mãe. Enquanto isso decidi checar o computador prá ver se eu descobria o que tinha acontecido.

Assim que eu liguei a parada já sabia o que tinha acontecido. Fui direto conferir o filme pornô da Vivi Fernandes que eu tinha baixado (sim, eu tenho filmes pornôs no computador. E duvido que a maioria dos nerds típicos não tenham o seu estoque mínimo de putaria de reserva. Como diz um conhecido meu, se minha mão soubesse fazer café eu casava com ela). O cara do filme realmente parecia comigo. Tinha inclusive uma barbichinha como a que eu costumo usar.

Não, não fui burro de não apagar os "documentos recentes". Já tinha descoberto o que tinha acontecido, mas não sabia como. E não, não descobri até hoje como ela achou a parada. Resolvi adiar ainda mais a conversa.

Umas 3 horas mais tarde eu estava escovando os dentes quando minha mãe veio prá dizer que estava saindo. Decidi escrachar tudo mesmo:

Eu (com o mesmo leve sorriso da minha irmã): Fiquei sabendo que você achou um filme meu no computador, mãe... Você viu que nem camisinha eu usava?

Ela (rindo também, mas meio sem-graça): Vi mesmo!

Eu (com a cara mais limpa do mundo): Bom, na verdade é um vídeo pornô que eu baixei.

Ela (com um "duvido!" implícito): Chico, você pode até não admitir, mas eu tenho certeza que era você!

Eu (começando a ficar preoupado, afinal eu conheço a mãe cabeça-dura que eu tenho): Não mãe... Era uma atriz e um ator pornô. Vamos lá prá eu te mostrar o filme.

Ela (com uma cara de espanto): De jeito nenhum! Já basta ter visto aquilo lá uma vez! Vê se cria juízo e para de guardar essas coisas suas no computador.

Antes que eu pudesse insistir ela saiu e não tocamos nesse assunto de novo. E então minha mãe acha que eu transei com uma gostosa. E infelizmente não foi dessa vez...

1/26/2006

Aniversário e novidades


Bom, a novidade é que a nave da Xuxa foi embora. Nave da Xuxa foi o apelido dado ao meu antigo carro, graças ao fato dele ser branquinho (encardido, é verdade), de sempre sair uma fumaçada danada dele (hehehe) e porque sempre saem de lá de dentro o Praga e o Dengue (Quelé e eu. Obviamente ele é o Praga.). Tamos esperando a Xuxa aí...

Mas, como eu ia dizendo, o carro foi pro saco. Depois de rodar comigo por quase meio mundo (literalmente! 22.000 km...), me levar prá vários e vários lugares muito doidos (Tiradentes, Bichinho, Cartola, Reciclo, Opção, Tambor Mineiro, Futebóis e churrascos diversos e por aí vai) ele foi vendido prá um... teólogo! Só um cara desses mesmo prá exorcisar o demônio que se instaurou naquele carro. Boa sorte prá eles.

E agora eu tenho um carro novo! É tipo esse aí ó:







Chamado carinhosamente de Olindamóvel (seu próximo destino já confirmado pro carnaval) esse carrinho promete muito também.

Ah, meu aniversário chegou. Finalmente mais próximo dos 30 que dos 20. Minha mãe me desejou mais juízo, e eu pensei se ela ainda não percebeu que a parte da criação já foi e que, cagado ou não, o Chico não vai melhorar muito mais do que isso não. Meus amigos me desejaram mulheres e gandaia, e eu pensei que se eu continuar assim os 40 ficam cada vez mais longe, mas e daí? Quero virar o Vinícius de Moraes mesmo...

1/10/2006

Santa ceia

Uma das fotos mais divertidas do Reveillon. Saquem só a cara do Judas

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Obs.: Thanx Remo pelas modificações divertidas