3/27/2006

Como foi

Bom, como o Quelé (que é o camarada que está na maioria das fotos aí comigo) falou, uma viagem dessas não tem como ser ruim, salvo grandes merdas acontecendo. Até que rolou uma merda intermediária, mas não passou nem perto de estragar a dita. Mas vamos do começo:

Estatísticas básicas da viagem:

Dias viajados: 16, sendo 5 prá ir, 5 de carnaval mesmo e 5 prá voltar.

Quilômetros percorridos: 5860, sendo que eu dirigi uns 5500 e a Ciça (a única mulher corajosa o suficiente prá viajar com os dois doidões) dirigiu uns 300 no dia que eu passei mal de verdade (vide adiante o tópico "pior zica")

Dia mais longo na estrada: 900 Km, de Trancoso até BH, percorridos em 15 horas. Parando de 100 em 100 Km prá conhecer as moitinhas legais do caminho. Depois de umas 3 vc fica especialista em achar a melhor moita do mundo (entenda-se: a moita mais mocada prá se fazer aquilo que ninguém pode ver). Era só sentir a pontada mais forte na barriga e já ia ligando o pisca-alerta e avisando pro pessoal marcar mais um pouco porque ia demorar...

Pior zica: intoxicação alimentar do Chico, adquirida após uma moquequa de siri, que fez o mesmo perder 5 quilos em pouco menos de uma semana e deixar a sua melhor parte na Bahia, após conhecer o maravilhoso sistema de saúde do nordeste. E olha que foi via Unimed. Já recuperei 3 quilos, mas o resto acho que foi embora de vez.

Praia mais bonita: Itacaré certamente. Muito muito doida! Vejam nas fotos abaixo.

Dia mais perto de bater o carro: Voltando de Itacaré prá Ilhéus de noitinha em dois bois. Tava a uns 120, rolou de reduzir prá 80 e jogar o carro na contra-mão. A perna realmente fica tremendo um tempão depois do susto, demorei uns 5 minutos (e um cigarro) prá poder voltar a dirigir.

Saldo mais positivo da viagem: parei de fumar desde a volta. Já tem umas 3 semanas que eu nem sei o que é um careta. Faz uma falta fodida, mas tá rolando de levar até mais tranquilo do que eu pensava.

A viagem propriamente dita (não, não vou descrever todos os dias. Na verdade eu nem lembro):

Começamos em BH, saindo de manhãzinha. Chegamos em Alcobaça logo no primeiro dia, depois de uns 700 km de chão. Mas chegar na Bahia já fez toda a diferença:



Eu em Minas





Divisa




Eu na Bahia


O pior é que eu nem sabia dessas fotos sendo batidas! Espontaneidade total! Saca a cara de alegria do moleque depois de passar a divisa...

Aí no início do segundo dia já rolou de ir em uma praia muito bonita, chamada de Tororão. Fica no sul da Bahia, perto de Prados.



Tororão. Observem bem a cara de felicidade do Chico, que se manteve assim durante toda a viagem, salvo os dias de piriri.


Depois a gente subiu até Itacaré, que é realmente show de bola. Praia limpinha, razoávelmente vazias (e olha que isso foi véspera de carnaval) e muito bonitas. Saca só:


Vista da praia do pé da serra, subindo para Itacaré.




Mesma visa de outro ponto da estrada.




Praia de Itacarezinho, tipo umas 9 da manhã.




Itacarezinho.




Vide acima.




Pôr-do-sol dos mais do caralho de todos os tempos! Logo depois de quase bater nos bois, indo de Itacaré prá Ilhéus.


Depois de Ittacaré, subimos até Salvador e fomos até a Praia do Forte. Um dos lugares mais doidos (e caros) que eu já vi na minha vida. Sabe o típico lugar de contos de fadas? Pois é. Se vc puder pagar, é lá mesmo. As casinhas todas arrumadinhas, lojas caríssimas e uma praia razoável.

Depois de mais umas paradas (Praia do francês, AL) rolou de chegar em Recife/Olinda. Lá o bicho pega de verdade no carnaval, meu amigo.

Em primeiro lugar, é *proibido* tocar funk, axé ou qualquer outra merda que não seja música regional durante o carnaval, tanto em Recife quanto em Olinda. Senão rola multa e prisão. E o troço funciona de verdade, não ouvi em quase nenhum momento outra coisa que não fosse frevo ou maracatu.

Em segundo lugar, foram armados *nove* palcos para shows simultâneos no carnaval de Recife. Cada um tocando uma coisa diferente - frevo, música eletrônica (sério! Se vc quisesse estar em uma mega-rave no carnaval, era só começar!), maracatu, etc. Todos os shows de graça, obviamente. Não sei vcs, mas isso me agrada musicalmente muito mais do que os malditos abadás de 1000 reais o dia.

Em terceiro lugar, Olinda. Cidade muito bacana, igualzinha a Ouro Preto. Na verdade minto, como me corrigiram lá. Ouro Preto é que é igualzinha a Olinda, a última tem pelo menos uns dois séculos a mais de vida que a primeira. Mas como eu ia comentando, Olinda é que tem carnaval de rua de verdade, toda hora tem um bloquinho subindo ou descendo uma ladeira, com a maioria das pessoas fantasiadas de verdade, debaixo do maior calor que eu já senti na minha vida. Lá rolou uns 40 graus fácil.

Então chega de carocha e vamos colocar mais umas fotos bacanas do carnaval:



Decoração das ruas de Recife. Os desenhos são do Ariano Suassuna. Já não basta o cara ter a manha de escrever ainda manda bem de artista plástico.




Eu perdido, suado e felizão nas ruas de Olinda.


Bom, depois de 5 dias muito bem aproveitados a gente teve que voltar, infelizmente. aproveitamos prá dar uma passada em Porto de Galinhas, que é de onde vem o resto das fotos aí embaixo.



Uma das dezenas de piscinas naturais do lugar. Se vc pegar uma máscara e der uma mergulhada não dá nem prá descrever o que vc vê. É *muito*, *muito* doido!




Suposta piscina natural com a forma do Brasil (sem a parte de cima. Tipo um Brasil com anencefalia). Saquem os peixinhos dentro da piscina...


Bom gente, foi mais ou menos isso aí. Se eu fosse falar todos os detalhes dava prá escrever muito sobre caa uma das 500 fotos da viagem, uma porção delas muito mais bonitas do que estas daí. Falando sério, foi uma das viagens mais doidas da minha vida! E não me inveje, venha comigo! Projeto Olinda 2007 já está sendo traçado, saindo do papel desde já...

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