Resolvi escrever antes que o Blog morra de abandono. E eu de stress.
Acho que hoje eu cheguei no nível máximo. Stressicamente falando. Estou na UFMG, são umas 11 da noite, e eu não tenho hora prá ir embora. Meu café tá frio e eu não tenho cigarro (aliás, acho que eu vou parar de fumar definitivamente; não tenho tempo ;D ).
Acordei cedaço prá dar aula prá uns alunos da medicina. Descobri que a aula era de tarde. Fui prá Vetta, trabalhei o que deu, e voltei prá Federal. Brinquei de rally na volta (choveu prá caralho e os morrões do bairro Padre Eustáquio estavam foda de subir. Ainda mais em um Palio 1.0. Foi até doido cansar o braço jogando o volante de um lado pro outro prá fazer o carro subir. Mas chegou lá. Me lembrou da última vez que eu dirigi em estrada de terra. Tem um tempão...). Cheguei na Federal, almocei correndo e fui dar aula. Os calouros não calavam a boca. Na sala, tinha umas 3 pessoas com uma blusa mais ou menos assim:
Medicina Juiz de Fora - 2000 reais por mês
Medicina (não me lembro qual era essa faculdade) - 2500 reais por mês
Ciências Médicas - 1500 reais por mês
Federal - de graça
Tem coisas que o dinheiro paga.
Tem coisas que só seu cérebro faz por você.
Eu tive MUITA vontade de virar pros imbecis e falar tudo que me veio na cabeça. Que burros são eles. Que menosprezar uma pessoa que não passou na Federal é ridículo. Que eu passei melhor no vestibular que todos eles e que nem por isso eu usei uma camisa ofensiva e discriminatória. Que biólogo não é médico frustrado. Que a ciência que está sendo desenvolvida, na bioquímica, microbiologia e genética que eles tanto odeiam (sem falar na zoologia, ecologia e botânica que eles ignoram) só vai ser compreendida por eles daqui há uns 30 anos. Que são biólogos, e farmacêuticos, e químicos, e físicos (RNM), e engenheiros, que deesenvolvem as tecnologias que eles vão usar - mal - no futuro. Que o Projeto Genoma prá cada pessoa vai ser uma realidade em pouco tempo, e que se eles não ralarem muito prá aprender genética, bioquímica, biotecnologia e bioinformática eles vão continuar sendo iguais aos imbecis da faculdade de medicina que vão dar aula prá eles daqui a pouco e nem vão falar das linhas de pesquisa do Brasil e do mundo nás áreas biomédicas de ponta.
Mas eu não falei nada. Só ensinei bioquímica como se fosse a coisa mais fácil do mundo (e, depois de estudar uma coisa 3 anos da sua vida, ela fica). Quando alguém falava que era difícil. eu ria e falava: - Estuda mais que fica fácil. Eu fiz isso e funcionou prá mim, que sou burro, por que não ia servir prá vocês?
Depois da aula eu fui no centro. Engarrafamento de uma hora e meia. Lá rolou mais um tanto bom de stress. Volto prá Federal (sem carteira de motorista, porque ela ficou retida aqui já que eu não tinha devolvido a chave da sala que eu tinha dado aula. Pelo menos consegui pegá-la agora). Agora estou com uns 20% do que eu tenho que fazer pronto. Mas acho que amanhã vai ser pior.
Vou ter que acordar cedo, dar uma aula meia boca pra mais uns alunos da medicina, passar meu almoço lendo um capítulo sobre cálculo integral (por que eu inventei de aprender essa matéria da porra?), fazer uns exercícios da matéria, assistr a aula, resolver os exercícios que eu já fiz (que didática fantástica, né?) voltar pro laboratório prá acabar o que eu estou fazendo hoje (deadline segunda) e depois, se rolar, eu vou pro buteco pra encher a cara e esquecer até meu nome. Como diria o Villa Lobos: "Êta vida..." (Com um suspiro no início e outro no fim). Aliás, eu gosto desse filme.
Acho que agora eu queria, sei lá, me encolher em posição fetal e balbuciar frases desconexas até que alguém que goste de mim me internasse em uma clínica psiquiátrrica prá eu tirar férias do mundo (Putz, que drama... Tô parecendo o Fred quando ele ficava deprimido).
Fui.
Oh dia! Oh azar!
Quer ouvir Hardy dizer essa frase clássica? Clica
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Obs.: Lavou, tá novo! O problema é que eu não tomo banho desde hoje 7 da manhã. Semana que vem eu tô 100% (pensando bem, não me internem. Me batam até que eu melhore).